Diário de Mercado em 09.12.2016
Hamilton Moreira Alves
Wesley Bernabé
Ibovespa denotou trajetória errática e recuou, mesmo com novos recordes em Wall Street O Ibovespa terminou em 60.500 pts (-0,29%), acumulando +0,31% na semana, -2,27% no mês, +39,56% no ano e +31,21% em 12 meses.
O índice operou volátil e com tendência indefinida, ora subindo, ora caindo, ao longo de todo o pregão.
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,62 bilhões, sendo R$ 7,32 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, em 7 de dezembro, a bolsa brasileira apresentou saída líquida de capital externo de R$ 522,420 milhões, passando saldo negativo no mês para R$ 585,076 milhões no mês, mas, com ingresso de R$ 14,4 bilhões no ano.
Na Bovespa, o dia foi de ajustes pelos agentes e sinalizou movimentações focadas em posicionamentos individuais de investidores, não em reorganizações de portfólios.
As ações do setor de bancos subiram, mas, não conseguiram evitar a baixa no dia, que foi influenciada pelos fechamentos negativos da Vale, da Petrobras e do setor de siderurgia. Nem mesmo os novos recordes dos índices Dow Jones e do S&P500 conseguiram alavancar a bolsa brasileira.
Simplesmente, o índice doméstico parece carecer de uma notícia alvissareira nova para avançar, com os investidores preferindo, até este momento no mês, embolsar o ganho do Ibovespa até novembro, que foi superior a 40%. Vale lembrar que a liquidez neste mês com a proximidade do final do ano, naturalmente, deverá ficar mais estreita após os próximos vencimentos de índice futuro, no dia 14, e de opções sobre ações, no dia 19.
Vale destacar que na próxima semana haverá a decisão do Fed sobre a taxa de juros, com o mercado já precificando como certa uma elevação de 25 pts-base, para o intervalo entre 0,50% e 0,75%. Também, sairão dados da China na 3ª feira, 13.12, bem como ao longo da semana, produção industrial, PMI e inflação de vários países, além da decisão do BoE (Bank of England) sobre juros.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), o principal indicador doméstico da semana, o IPCA, registrou variação de +0,18% em novembro – o menor para estes meses desde 1998, versus +0,26% em outubro, vindo abaixo do consenso de mercado, em +0,24%. O indicador passou a acumular +5,97% no ano e +6,99% em 12 meses.
Nos EUA, o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan avançou para 98,0 na prévia de dezembro, ante 93,8 anterior – acima do consenso de 94,1. Já o dado final de estoques no atacado de outubro findou igual ao número preliminar, em -0,4%.
Juros
No mercado de juros, as taxas mais curtas denotaram pequenas baixas. Já as mais longas, a partir do DI Janeiro/20, foram progressivamente ascendendo.
A percepção dos agentes que poderá ocorrer uma baixa de maior magnitude da taxa Selic na próxima reunião do Banco Central em 11 de janeiro de 2017, de 50 pts-base, além de já haver algumas apostas em queda de 75 pts-base, em conjunto com as elevações dos títulos do Tesouro norte-americano (“Treasuries”) motivou o comportamento ao longo do dia.
Câmbio
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,3710 (-0,24%), acumulando -2,88% na semana, -0,50% no mês, -14,90% no ano e -10,13% em 12 meses.
A divisa chegou a operar em alta na parte da manhã, testando a casa dos R$3,40, mas, com a dissipação do risco de não haver a votação da PEC do teto dos gastos, que está marcada para a próxima terça-feira, a divisa reverteu a sua trajetória e operou em baixa na parte da tarde, perfazendo a quinta baixa seguida. O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) encerrou igual a véspera, em 295 pts.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado em 09.12.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERBABÉ, CNPI, ambos do BB Investimentos
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